domingo, 26 de novembro de 2006

A Saudade

A alma de português, da gente do mar, que brota em mim o sentimento da saudade, da distancia que me separa do continente liquido, do mundo do rei neptuno.

Suspiro, olho pela janela,
para além das gotas da chuva,
para além da negridão do céu,
olho para o infinito,
para os dias que virão.


Para quando o calafrio da agua gelada pela manha? Tenho a saudade do toque quente do sol que embraça a expressão gélida da minha face, que me aquece as feições, que me torna humano, que me faz sorrir, que me faz apaixonar.

Anseio, preso por entre as paredes do meu castelo, ser seduzido pelo canto da sereia, entrar no reino do tridente, remar até ao infinito, cavalgar nas ondas de paixão, ser homem, ser alguém para mim, conquistar-me, conquistar o meu mundo, ser melhor!


A saudade,

coisa de coração quente entristecido pela solidão,

pela falta daquilo que o completa.

Infinita espera por uma sombra no horizonte

Face da esperança,

sorriso de quem ja não quer sorrir

Saudade,

coisa de homens nobres, mulheres fieis

de gente do mar como tu e eu.


quarta-feira, 22 de novembro de 2006

Poesia Distante: "O meu funeral"

Poesia Distante: "O meu funeral"

A dança flutuante




ergo-me. danço, não sozinho nem com a tribo. danço com o mundo.

move-me a adrenalina súbita e o renascer em cada onda (recordo agora o último pôr-do-sol, a ênfase do spray de água salgada na cara depois de furar a onda, e o sol quase vermelho a queimar o rosto).

se me perguntares porque faço esta dança, eu não sei responder.

mas sinto esta alegria ingénua. não há igual.

e no fim, quando dispo o smoking da tribo, quase tudo fica como estava...não houve estrelas a mais nem homens cortaram veias. constato que apenas por pisar areia e ter a pele salgada me sinto afinado. vibro noutra frequência.

é uma dança flutuante. é caminhar sobre água. é fusão a frio com qualquer matéria.

Soul Surfer


Ocean Angel

As the dawn awakes from the night
a voice crosses my mind
as i walked through the valley of shadows
an ocean embraced my soul
an angel touched me and brought me to life
I again could awake as the sun rises each morning
As a swell brings a break to life
I again started to live
Every wave i touch
Every dive,
every drop i ride
I Thank You
Angel of mine.

A Religião


A tribo do sol ... quando fechamos os olhos à noite é esta a imagem q nos vem à mente, é por este sonho que acordamos no dia a seguir. Um dia alguém me disse que por ter alma de surfista não vivia no mundo da realidade... mas será? ou isto não é real? E a ti, Amigo, que achas que não pode ser real, pergunto-te eu: é real para ti dias e dias de sombras e nuvens num mundo cinzento e ofuscado pela civilização? É irreal pensar que posso acordar todos os dias e sentir a areia nos pés, a água fria na cara? Será um avançado complexo de Peter Pan ocuparmos os nosso dias enquanto a Tribo Do Sol? enquanto soul surfers que fogem para a pureza das cores e da paixão do oceano... Devia ser uma religião, devia ensinar-se na escola, pois eu sei que sou uma pessoa melhor porque sorrio apenas por sentir o vento nos cabelos, e o braço amigo ao meu lado, bem como o olhar cumplice daqueles que sem abrir a boca dizem " companheiro, apetece-me aventurar por este mundo fora, e levar-te comigo, acordar do outro lado do mundo e surfar"!

terça-feira, 21 de novembro de 2006

A Praia

Como mexe o por do sol com o nosso espirito, vejo em minha volta gente hipnotizada, maravilhada, vejo nos seus olhos a felicidade de um dia perfeito. Fala-se de amor, desamor, viver, sobreviver, mas vejo q tudo isso desaparece ali, no nosso santuário, depois do ritual mágico, em conjunto mas ao mesmo tempo só, só mas sem solidão. Vejo em ti amigo, e em ti também, conhecido, aquilo que eu próprio sinto depois de despir o fato, de pousar a prancha, vejo que não quero estar noutro lugar!